Hoje olhei para o meu aparelho de celular e me surpreendi com a constatação de que já faz um mês que não uso este objeto. Incrível... confesso que há pouco tempo não me imaginava sem ele, lembro-me inclusive de um amigo, que me dizia, este objeto ser mais um membro do meu corpo. Em que situação chegamos! Hoje vejo que ele de fato fazia parte da minha vida, uma extensão dela. Ele me ligava de alguma maneira a todas as pessoas que eu conheço e me relaciono. Mas posso viver sem ele, sobrevivo bem... muito bem. Tenho várias outras formas de comunicação, e além disso tenho mais tempo para uma comunicação com o meu mundo interno... vasto que só!!!!
Dizem que o celular é, antes de tudo, uma ferramenta pra ganhar tempo. Talvez seja verdade..., mas também pode não favorecer o planejamento..., lembro-me bem, que geralmente o usava quando saia de casa para o trabalho e vice-versa, fazia isso para confirmar novas agendas, agilizar uma produção, articular algo para o final de semana ou para saber notícias de alguém querido, que fazia tempo que não dava “o ar das graças”.
Hoje, distante do meu dia a dia, vejo o uso do celular como uma metáfora da vida, ou seja, toda e qualquer situação nova, só exige um tempo para uma boa adaptação... E por aqui, tenho vivido muitas: não vou as compras, ao salão, a farmácia, ao teatro, ao cinema... etc...etc...etc...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
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2 comentários:
Lila querida,
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis,coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Fernando Pessoa.
Tenha uma ótima noite de sono.Bjs com muita saudade.
Marilia, querida,
Ao ler o que você escreveu veio logo em minha mente o antagonismo remetido no poema de um desconhecido:
O muito e o pouco
Come-se muito. Nutre-se pouco.
Fazemos muito sexo. Fazemos pouco amor.
Ficamos muito. Namoramos pouco.
Julgamos muito. Compreendemos pouco.
Rezamos muito. Agimos pouco.
Falamos muito. Ouvimos pouco o outro.
Temos muitos colegas. Poucos são amigos.
Diagnosticamos muito. Intervimos pouco.
Cultuamos muito o corpo. Pensamos pouco sobre o mundo.
A aparência vale muito. A essência pouco importa.
Desprezamos muito os desconhecidos. Poucos nos cumprimentamos.
Exigimos muitos direitos. Exercitamos poucos deveres.
Vemos muita novela. Lemos poucos livros.
Corremos muito. Chegamos a poucos lugares.
Muitos se dizem pioneiros. Poucos são originais.
Conversamos muito na Internet. Dialogamos pouco ao vivo.
Somos muito dependentes da tecnologia. Poucos vivemos “in natura”.
Valorizamos muito o status. Poucos conhecemos os invisíveis.
Viajamos muito. Pouco absorvemos outras culturas.
Conectamos em muitas redes sociais. Poucas relações são coletivas.
Compramos muito. Oferecemos pouco.
Vivemos muito o presente. Pouco aprendemos com o passado ou planejamos o futuro.
Prometemos muito. Fazemos pouco.
Produzimos muito. Colhemos poucos frutos.
Engolimos muitas informações. Poucas são digeridas.
Vomitamos muitas informações. Poucas têm a dimensão adequada.
Tomamos muitos remédios. Pouco nos interessamos pela cura.
Vamos muito ao mágico-terapeuta. Pouco mudamos o estilo de vida.
Muito comentamos sobre políticos corruptos. Pouco lutamos contra a desonestidade privada.
Muito moralismo. Pouca ação ética.
Excluímos muito. Toleramos pouco o diferente.
(...)
No afã do nosso cotidiano, naquela correria, nos damos pouco tempo para mergulharmos em nós mesmos e refletir sobre como estamos vivendo a nossa vida. Nesse contexto, nos deparamos com a dura questão de ser admitida:
"Reclamamos muito do pouco que nos falta e valorizamos pouco o muito que já temos e/ou conquistamos"
Vc, amiga, me deixou filosofando comigo mesma neste momento...
Um beijo no seu coração!
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