domingo, 26 de setembro de 2010

Até logo...é primavera!!!

"Hoje o céu esta tão lindo, sai chuva!
Hoje o céu esta tão lindo...".

Amanhã bem cedo volto ao Brasil para mais um tempo... um novo tempo... tempo de primavera... flores, alegrias e perto dos meus grandes amores!
As amigas e companheiros de trabalho, o meu até logo, em breve volto com as forças recarregadas para cultivar novos tempos de Primavera em Angola.
Até logo...

sábado, 25 de setembro de 2010

As crianças e as Escolas em Angola

Que escolas temos oferecido as nossas crianças?

 
"Mas sonhar é coisa que não se ensina. Brota das profundezas do corpo, como a água brota das profundezas da terra...". "Conte-me os seus sonhos, para que sonhemos juntos!"
Rubem Alves




Todos os dias saio de casa as 7 horas para o trabalho e no percurso de 20 km, sempre encontro muitas crianças indo a escola carregando seu banquinho nas mãos. Esta imagem provoca em mim reflexões e memórias... lembro-me de imediato dos relatos da minha mãe e do meu pai, quando na infância iam a escola, era um privilégio para poucos... Lembro-me também do dia em que visitei uma escola em Luanda, no início do ano e as crianças nos receberam ficando de pé e cantando uma música memorizada, todos no mesmo tom, em uma só voz... Marcas de excessivo controle! Lembro-me ainda dos relatos de alguns colegas que tem filhos em escolas internacionais aqui neste país... escolas de tempo integral, bilingue e atenta a diversidade. Reflito sobre o tempo, os diferentes espaços e a desigualdade social. Penso nas contradições e nas possíveis formas de superação. Reflito o meu papel de educadora... Quero atuar neste contexto!
Procuro conversar com pessoas diversas para compreender um pouco mais esta realidade e o significado dela na vida dos meninos e meninas de Angola. No país ainda não tem escola para todos, são muitas crianças em cada sala de aula, o ensino é conservador, tradicional, não tem distribuição de merenda e os materiais didáticos são quase inexistentes. São muitas crianças no mundo sem escolas e a metade delas estão na África.
Um pai de 3 filhos que conversei aqui em Angola, me disse que as escolas não são boas, mas as crianças tem que ir a escola para aprender e que a professora   tem o direito de bater, puxar o orelha, dar uns cascudos,  se a criança não prestar atenção.  "É a oportunidade de crescer na vida!"                          
Este depoimento e a realidade existentes me fazem crer que é preciso construir em diálogos com todos os atores sociais, uma reflexão da Escola como espaço de VIDA, que é construída e permanentemente reconstruída com base nas escolhas, nos desejos, na ousadia, na criatividade, na vontade e na ação política de pessoas comprometidas com a educação do presente e do futuro, com a sociedade de hoje e de amanhã, com a vida bem vivida para todos e todas SEMPRE! Todos são co-responsáveis! Enquanto houver no mundo uma criança que não tenha vida dígna, não podemos descansar e ser felizes! Vamos SONHAR e fazer!

domingo, 19 de setembro de 2010

Fragmentos do cotidiano de uma cidade...

Lobito, a cidade em que estamos morando, é o mundo para muitos, lugar em que tudo acontece e todos se movem, espaço de co-presença, co-participação, AÇÃO! Tem VIDA e muitas contradições... Tem territórios diversos que co-existem marcados por diferenças e desigualdades... ambientes que clamam por intervenção.


Entre olhares registrados e experiências vividas participo deste cotidiano e cultivo a utopia do fragmento fazendo a minha parte.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Celebrando a VIDA!

Mano,

hoje no dia do seu aniversário estou distante fisicamente, mas muito presente em coração e alma! Desde cedo estou celebrando a sua vida, agradecendo a Deus pelo seu jeito especial de ser, sua sensibilidade, sua presença constante, seu carinho e amor.

Desejo de coração toda a felicidade desta VIDA e que em breve possamos comemorar juntas um tempo novo nas nossas vidas!

Te amo!

O olhar relativo...

O deserto faz parte da paisagem de Benguela, que chama a minha atenção pelas enormes dunas de areia. Isso tudo me encanta, mas para outros não tem beleza, talvez aí esteja a boniteza da VIDA, o permanente olhar relativo e as diferentes impressões e óticas de cada um.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Ai minha vida!"

Massuena é a angolana mais brasileira que conheço. Adora o nosso país, fez graduação em Brasilia e pós, no Rio de Janeiro. Ela está atuando no Programa que realizo o trabalho de consultoria e atualmente estamos vivendo juntas no Aparthotel, já que a casa em que vamos morar está em reforma. A experiência é quase um reality show, o que exige de todas nós um exercício permanente de reflexão, olhar relativo e meditação. São hábitos, costumes e valores bem diferentes! Imaginem só que Massuena acorda todos os dias as 4 da manhã e é a última a ficar pronta para sair! Na foto estávamos meditando no terraço, final do dia! "Ai minha vida" é a expressão que ela mais usa no dia a dia! Massu, você é muito especial!

domingo, 12 de setembro de 2010

A energia que vem da natureza e fortalece...

"Não existe meio ambiente. Existe ambiente inteiro! Esse ambiente inteiro é a comunidade de vida da qual somos parte e parcela, com a responsabilidade e missão de cuidar disso".

Leonando Boff

sábado, 11 de setembro de 2010

Inspiração e poesia...




Saudade...

sal... mar...
mar...ilha...
lila... lida...
VIDA!!!!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Em diálogo com as crianças...

No domingo fomos à praia, lugares diferentes, paisagens novas, mas o que mais me fascinou foi o encontro com as crianças... espontâneas, alegres, curiosas...com uma simples troca de olhares, rapidamente perceberam o quanto provocaram em mim encantamento.

Foi em um final de tarde, com o sol sem raios, como uma bola de fogo entrando no mar, que as crianças se aproximaram... a conversa fluiu em um instante e de uma hora para outra, já estávamos contando histórias, revelando segredos, falando do dia a dia e dos desafios que a vida coloca... escutar as crianças provocou em mim um misto de sentimentos: da surpresa a indignação escutei de tudo, desde que apanham na escola, que a professora bate porque os colegas fazem barulho, até que a mãe vende noite e dia nas ruas para cuidar dos 5 filhos, e que elas podem ficar nas ruas até a hora do sol se por e a noite cair. Me questionei de imediato: como essas crianças constroem valores e moral neste contexto? Não encontrei uma resposta única para questão tão complexa...


                                   
Perguntei então pelos jogos e brincadeiras e de imediato as crianças começaram a cantar, dançar e aos poucos revelaram que os sonhos, a fantasia, o faz-de-conta são os melhores alimentos para a alma e para o coração, por mais difícil que seja a realidade. Aprendi mais uma vez com elas...

                                      

domingo, 5 de setembro de 2010

De Luanda a Benguela... Uma viagem inesquecível!

Começamos a viagem, as 7 da manhã, arrumando o carro debaixo de chuva, com muita bagagen, o que é raro uma época desta do ano! Quem sabe a promessa de que o dia seria muito especial!


A primeira parada no Miradouro da Lua, uma paisagem fantástica, que ganha este nome, pela semelhança com a superficie lunar! Um momento para celebrar a amizade!
Viajamos pela Costa, mas o que viamos pela frente foi muito diferente das paisagens do litoral baiano que estamos acostumados. Vi uma faixa costeira árida, que mais parecia o deserto, tudo muito seco, apesar de sempre nos depararmos com pequenas áreas verdes, como oásis no meio do sertão. Vi também gente... muita gente...um olhar atento as crianças, ah crianças!

O dia terminou em Benguela/ Lobito e a partir daqui tenho muitas novas histórias para contar!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Roupas que falam: Os trajes angolanos


As angolanas que querem fazer valer as suas raizes, histórias e marcas da vida  costumam usar até os dias atuais trajes com coloridos diversos. Hilda, um angola "retada", que dialogamos diariamente no ambiente de trabalho, com o seu jeito faceiro, revela suas crenças, seus valores e ideias, através das roupas típicas que usa no dia a dia.
Ela tem nos ensinado muito!Lembro que foi dela que ouvi dizer que se as sextas-feiras são os dias dos homens na cultura deste país, também são os dias do corno que não tem como controlar o que fazem as suas mulheres, nas ausências masculinas!Aprendi com ela que cada estílo, comunica algo... desde o estado civil até o nível social. Dizem por aqui que as cores destes vestidos comunicam muito, é preciso saber ler e interpretar: O preto, assim como na nossa terra, é adotado pelas viúvas – um luto que incluía o rosto coberto e a cabeça raspada. É claro que tenho que experimentar para aprender! Já comprei vários trajes e assim vou compreendendo com mais profundidade esta rica sociedade!
Além das cores, as peças, o número delas e a forma de usá-las, também tem significados. Dizem que os vestuários das ricas senhoras que transitavam pelas ruas de Luanda antigamente, eram formados por um total de quatro panos: o mulele ua jiponda (peça interior), o mulele ua xaxi (pano transpassado cobrindo a parte superior), depois o mulele ua tandu (tecidos transpassados na parte inferior) e finalmente um pano preto conhecido como bofeta. Esta quantidade de peças variadas são usadas até hoje! Nas festas são mais comuns! Também comprei uma dessa, em breve compartilho a sensação de vestír este traje e o significado de usá-lo. Vou fazer uma nova investigação!