segunda-feira, 30 de agosto de 2010

               Humbiumbi


( Música Folclórica de Angola)

                                                     Adaptação de Felipe Mukenga

Humbiumbi Yange Yele_La Tuende
Kakele Katchimamba Osala Posi

Humbiumbi Yange Yele_La Tuende
Kakele Katchimamba Osala Posi

Makuenle Vayelela Yele_La Tuende
Kakele Katchimamba Osala Posi

Makuenle Vayelela Yele_La Tuende
Kakele Katchimamba Osala Posi



Tradução

Humbi-Humbi (espécie de pássaro que voa alto)meu
voa, voa, vamos embora

coitada da kacimbamba (Ave que vive no chão e voa baixo e muito pouco)
que não sai do chão

Makuenle [Vakuene] Vayelela
Os outros voam

voa tu também, vamos embora
coitada da kacimbamba

Yele_La Tuende
Kakele Katchimamba Osala Posi


Makuenle Vayelela Yele_La Tuende
Kakele Katchimamba Osala Posi



Essa música Djavan canta com o Filipe Mukenga

sábado, 28 de agosto de 2010

... só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir...

Acabo de ler uma crônica de Marta Medeiros intitulada "Vende-se Tudo" e, como longe de casa tudo cresce, a leitura foi "um prato cheio" para começar a pensar na VIDA, na família, nos amigos queridos e no significado do desapego.
Confesso que não me surprendi com o convite de dizer não aos bens materiais, já faz muito tempo que me libertei do valor dos objetos (em outubro faz 10 anos que sai de casa com a roupa do corpo).
Fui tocada profundamente pela saudade, pelas memórias, pela beleza da amizade sincera, pelo convivio com quem deixou marcas na minha história e me fez ter um volume bem maior de valores, ética, essência, atitude, inteireza! Nomear seria difícil, tem tanta "gente fina, elegante, sincera" que passou e deixou marcas, essas vou levar ao partir!
De Angola levarei também muitas histórias e ricas lembranças de pessoas especiais, mas levarei também muitas outras marcas de gente desconhecida, gente que todos os dias me ensina o valor do desapego e a beleza das realções humanas... todas as vezes que cruzo com qualquer angolano, sou cumprimentada e quando sempre os cumprimentos, escuto um solene "obrigado". Tem tanta gente brasileira que deveria passar uns dias por aqui!!!!
Outra experiência que me fez pensar muito, principalmente nos caminhos simples na resolução de questões complexas... na primeira viagem aérea que fiz no aeroporto nacional fiquei impressionada com todo o sistema de funcionamento, acontecer manualmente. O melhor foi o sistema de despachar a bagagem... cada pessoa entrega sua bagagem e recebe um comprovante, para não ter problemas, quando chega no avião, antes de entrar tem que identificar a sua mala, pegá-la no chão e colocá-la em um carrinho. Quem não faz esse procedimento não tem a sua mala no destino final! Este é um bom exercício para pensar no valor dado aos objetos pessoais! rs

domingo, 22 de agosto de 2010

Mudança e Reflexão Histórica

Com o movimento de mudança para Lobito/ Benguela, duas cidades vizinhas no sul de Angola, na primeira vamos morar e na segunda, trabalhar, tenho refletido muito os processos históricos deste país. Uma nação que cresce em torno de 20 % ao ano, a segunda do continente em produção de petróleo, a quarta maior em produção de diamantes do mundo, mas tem índices assustadores de probreza, analfabetismo, desemprego, doenças infectocontagiosas e outras mazelas sociais.
Um país que tem pouco tempo vivendo a sua recontrução, há apenas 7 anos terminou uma guerra de quase 30 anos, que se iniciou logo em seguida do seu grito de independência, depois de séculos como colônia de Portugal. 
A guerra gerou movimentos migratórios fortes para Luanda, a capital, o que faz deste contexto um lugar com uma grande concentração de desafios sociais, econômicos e políticos. Nós sentimos o impacto de tudo isso!
Creio que em Lobito teremos mais liberdade, o direito de ir e vir, uma dinâmica diferente! Que venha o novo!!!! Que possamos acompanhar a realidade do país, olhá-la de outro lugar e compreendê-la com mais profundidade! Novas aprendizagens, novas compreensões!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Caminhadas diárias

Depois de um dia tenso e intenso de trabalho, uma caminhada para relaxar o corpo e a alma. Em parceria, a caminhada significa também uma boa terapia, hora de deixar fluir as ideias, jogar para fora muitas palavras, usar outras delas com cuidado e delicadeza... no jogo com as palavras, outras linguagens nos convidam a novos diálogos, são pequenos detalhes que nos saltam aos olhos, meio que de repente, chamam a atenção: Uma forma, uma cor, um canto de pássaro desconhecido, pessoas que vem e que vão... Ah, as histórias de cada uma delas... Quem são? Como pensam? Para onde vão? Só sei que fomos nós que começamos as caminhadas no condôminio nos últimos tempos... no início não aparecia ninguém, só as 4 mocinhas elegantes, agora disputamos os ritmos e formas, como se um movimento do imaginário coletivo convocasse a todos! Vamos que vamos!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Laços de família

Clarice Lispector é de longe a minha escritora preferida, viveu as mais diferentes experiências na vida de forma intensa. Com este movimento, me identifico. Mas não foi o seu livro, com os 13 contos centrados tematicamente, no processo de aprisionamento dos indivíduos, através dos "laços de família", que me inspirou a escrever hoje. O mesmo título escolhido é na verdade para expressar uma visão oposta! Família para mim liberta, oferece asas, cultiva sonhos, aposta nas escolhas,  acredita, vibra, celebra... luta junto, busca superar as dores, chama a atenção, apoia...

"Esta família é muito unida

E também muito ouriçada...".



É uma família única, de uma beleza impar, com rituais e celebrações que a fazem singular... Que saudade dos nossos almoços, da música cantada em tom desafiando para avisar que a comida está servida, mas é hora de escutar a oração do representante maior, do vovô amigo, doce e sensível Celso Dourado. É também a família do barulho, da discussão calorosa, da defesa apaixonada dos seus pontos de vista!
Ah família querida, por mais longe que eu esteja, sinto vocês presentes a todo momento.




OBRIGADA SENHOR!

domingo, 15 de agosto de 2010

Para além da capital... a caminho de Benguela/ Lobito

“Nós devemos ser a mudança que desejamos ver.”
                                                                                         Gandhi


As mudanças estão fazendo parte frequentemente da minha VIDA! Desta vez, vamos mudar de cidade. Vamos morar em Lobito e trabalhar em Benguela. Este final de semana fui até lá fazer uma visita e reconhecer  a área.




Benguela é uma provincia pequena, no litoral, tem uma baia encantadora. Lobito do outro lado, também chamou a minha atenção... o 2º porto do país, outra baia e um lindo por-do-sol.  Curiosamente é também um verdadeiro mosaico, tanto em relevo como em vegetação, o que mais me surpreendeu foram as montanhas de areia... parece um deserto, um contraste com as praias.



As paisagens são surpreendentes! As praias são lindas... A realidade social dura, difícil... mas o desejo de oferecer o que tenho de melhor é grande! Quero fazer a diferença...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

De volta a Luanda... O significado de atravessar o oceano!

Atravessar o oceano é muito mais do que sair do Brasil e chegar em Angola... Para mim tem algo que é também simbólico e metafórico... é a viagem, a mudança, a busca permanente, o enfrentamento de novos desafios, o horizonte. Viver esta travessia exige estar atento e reparar nos sinais, pois o itinerário é um caminho que comunica, convida a reflexão, mobiliza, mexe com a alma e o coração, vai na essência, no âmago das questões da VIDA!. Na verdade, a viagem é também interior e o caminho é o da vida toda.

Tocando em Frente

                                            Almir Sater

Hoje me sinto mais forte,

mais feliz quem sabe
Eu só levo a certeza de que
muito pouco eu sei,eu nada sei

...

cada um de nós compõe a sua história

e cada ser em si
carrega o dom de ser capaz
de ser feliz.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Crianças Infinitas...

Esta semana recebi comentários de crianças no blog. A responsabilidade aumenta... São olhares vivos e curiosos em busca de compreender com mais profundidade o mundo. São múltiplas e diversas perguntas que pedem tempo para um diálogo sobre a realidade de Angola. Vou até a Escola Colmeia conversar com elas e compartilhar a minha forma de ver esta nova realidade em que estou inserida, ANGOLA, um país africano. São perguntas surpreendentes:


Quais são os tipos de comidas na Angola?

Quais as brincadeiras das crianças em Angola?

Quais as danças típicas de Angola?

Quais as vestimentas das crianças e dos adultos?

Qual é a língua falada?

Qual é o modo de vida deles?

Lá tem muita pobreza?

Quais as músicas mais tocadas?

Como é a vida das crianças nas escolas?

Em Angola tem descriminação?

Quais os animais mais utilizados como transportes?



Olhares por trás de lente, visões do universo, do mundo infantil, do ser criança, da VIDA. Nasce uma investigação ,uma multiplicidade de formas, expressões e linguagens, como elementos para o exercício de um fazer criativo coletivo. A fotografia é um fio condutor para reflexão sobre as potencialidades das crianças e as questões políticas, éticas e estéticas que marcam esta fase da vida.


Olhe, veja, encontre um ponto, mire... vá fundo, vá além e com a alma infantil, descubra as múltiplas infâncias que correm de um lado a outro, a vida pelo mundo afora... pela América Latina, por diferentes partes do grande Brasil, pelo mundo sem fim...

*Texto escrito para a exposição de fotos no 3º Seminário Internacional de Educação Infantil/2009.


domingo, 1 de agosto de 2010

O oceano nos separa, mas estamos mais próximos do que podemos imaginar...


Toda vez que paro para pensar na quantidade de água que separa Angola do Brasil, me assusto, mas na verdade a imensidão do Oceano Atlântico, diminui com as novas tecnologias e formas de comunicação. Hoje passei a manhã bem próxima da equipe que está em Angola. Além de trocar emails, materiais produzidos, vídeos, encaminhamentos para a semana, comentários de retorno em trabalhos produzidos, falamos por telefone e celebramos a VIDA!
Lembrei de Richard Bach: "Longe é um lugar que não existe!".
Até breve parceiros de caminhada! Estou chegando...