"...está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio".
As crianças como sempre me fascinam, exercem sobre mim um domínio traduzido na beleza da poesia, poesia que brota dos olhos, que comunica sem palavras, que me convida a encontrar caminhos e a trilhar por paisagens que cultivam esperança para as dores e desafios do mundo!
No arquepélago de Bazaruto, em Moçambique conheci crianças lindas. Fui encantada por 03 delas, irmãs que ficavam com sua mãe na porta da casa que nos hospedamos. O olhar para além do horizonte chamou a minha atenção, cheguei junto e dialogamos em silêncio, sem palavras escutei o seu pedido...
Demos as mãos!
De volta ao ponto de partida, encontrei muitos outros pequenos com diversos pedidos expressos, principalmente no desejo imediato de saciar a dores da fome. O motorista parou na estrada para comprar abacaxis, já era noite, tarde, a escuridão me alertava para os perigos daquela aventura, principalmente naquele dia em que toda gente celebrava 50 anos da FRELIMO, partido que lutou pela independência de Moçambique. Em meio a noite escura homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens e idosos andavam de um lado para o outro. Eu estava tensa, quando de repente algumas crianças chegam na minha janela e me pedem dinheiro, respondi de imediato, que não dou dinheiro à crianças e uma delas me fitou nos olhos e disse: "Quero uma caneta para aprender".
Dá-me a sua mão! São elas me me convocam diariamente a ir em frente com muita ESPERANÇA!
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